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Programa Prioritário de Bioeconomia promove eventos em Rondônia e Acre, selecionando projetos inovadores em bioeconomia para investimento

Bioeconomia

A política pública repassa recursos da Zona Franca de Manaus para projetos que possam entregar novos produtos, processos e serviços na Amazônia Ocidental e Amapá 
Texto: Diego Gonçalves/Idesam
Foto: Idesam

O Programa Prioritário de Bioeconomia (PPBio), coordenado pelo Idesam, realizou dois eventos nas cidades de Porto Velho, Rondônia, nos dias 10 e 11 de abril, e Rio Branco, Acre, nos dias 13 e 14 de abril. Com o tema “PPBio Investe: Seleção de Negócios Inovadores em Bioeconomia”, os eventos tiveram como objetivo mobilizar o ecossistema de bioeconomia nestes estados, apresentar o PPBio como política pública e selecionar dois projetos em cada cidade para receber um aporte de até R$ 500 mil. 

Em cada cidade, diversas iniciativas apresentaram seus planos de negócio para uma banca de especialistas, que selecionaram os vencedores com base em critérios técnicos como maturidade tecnológica, visão empreendedora, escalabilidade e impacto socioambiental. 

RONDÔNIA 

A pauta indígena recebeu atenção especial e várias iniciativas da região apresentaram suas propostas. Os projetos selecionados foram o Yabnãbi, com foco no etnoturismo do povo Paiter Suruí, e o Meu Pé de Árvore, que visa à recuperação de áreas florestais degradadas. 

“Nós do povo Paiter Suruí estamos muito felizes pela seleção do projeto Yabnãbi. É muito importante o desenvolvimento do turismo em terras indígenas. Temos a capacidade e a experiência para desenvolver essa iniciativa”, comentou Rubens Naraikoe Paiter, indígena da etnia Paiter Suruí e coordenador do projeto. 

Segundo Diogo Hungria, CEO da startup Meu Pé de Árvore, o recurso que o projeto receberá terá um impacto na comunidade de bionegócios de Rondônia. “Vamos utilizar esse recurso para investir em todo o ecossistema de bioeconomia no estado com o objetivo de fomentar a sustentabilidade e a restauração florestal”, afirmou Hungria. 

ACRE 

Os projetos selecionados no Acre foram o Hylaea, focado na criação de insumo farmacêutico utilizado no tratamento da dependência química, e o Encantos da Floresta, que desenvolve produtos à base de sangue de dragão para o tratamento de úlceras diabéticas. 

A Hylaea, startup de insumos farmacêuticos, tem como grande desafio a regularização em um mercado que é altamente regulamentado por órgãos de fiscalização. “O recurso vai ser importantíssimo para que possamos montar uma fábrica de beneficiamento de matéria prima que esteja de acordo com as normas da Anvisa para dar o pontapé no negócio”, comentou o CEO da startup, Ricardo Marques.  

Rafael Diniz, coordenador da Encantos da Floresta, declarou que a seleção do projeto foi motivo de muita comemoração. “Muita felicidade poder ser contemplado com esse prêmio. Desde o ano passado a startup vem desenvolvendo várias linhas de pesquisa no Acre e nossa grande dificuldade sempre foi conseguir recursos. Nossa missão é fomentar a bioeconomia, garantindo a floresta em pé e mudando a cultura do desmatamento”, anunciou. 

DESCENTRALIZAÇÃO 

Esses eventos fazem parte da estratégia de descentralização dos investimentos do PPBio para fora da zona metropolitana de Manaus, conforme normas da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa). Essa iniciativa visa a estimular o desenvolvimento de negócios sustentáveis e inovadores na região amazônica, e os projetos selecionados representam avanços importantes para a bioeconomia e a valorização dos recursos naturais e culturais desses estados. 

“Essa descentralização promove o desenvolvimento de forma mais equilibrada na Amazônia. Os eventos foram muito profícuos e felizmente conseguimos identificar startups que atendem grandes oportunidades de mercado”, resumiu Paulo Simonetti, gerente do PPBio e líder de Captação e Relacionamento com o Investidor do Idesam. 

O PPBio é uma política pública da Suframa e coordenado pelo Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (Idesam). Os eventos foram realizados com financiamento do Governo do Reino Unido e programa Partnerships For Forests e apoio local do Sebrae Rondônia e Instituto Federal do Acre (IFAC).